quinta-feira, 10 de maio de 2012

EXPERIÊNCIAS E ESTUDOS EM HIDROGINÁSTICA E NATAÇÃO


A equipe do Núcleo Pedagógico de Atividades Aquáticas estará quinzenalmente socializando suas experiências e estudos neste blog, através de textos produzidos por discentes da Faculdade de Educação Física do Campus Universitário de Castanhal/UFPA, que atuam como extensionistas neste programa e supervisionados pelos professores envolvidos no Programa.
Atualmente estamos oferecendo aulas de Natação e Hidroginástica à comunidade do entorno do campus, e atendemos 190 pessoas, entre crianças (a partir de 8 anos), adolescentes, adultos e idosos.
As aulas ocorrem no Parque Aquático do Complexo Esportivo do campus, numa piscina semi-olímpica com 2,80 metros de profundidade.
Os alunos da Natação compõem turmas conforme seu nível de desenvolvimento e faixa etária. No caso dos adultos, temos as turmas de Iniciação, Intermediário e Avançado. No caso das crianças temos as turmas: Foquinha (iniciação) e Peixinho (intermediário).
Iniciaremos esta atividade de produção de textos com a temática “Flutuação em piscinas profundas”. Convidamos os interessados no assunto para acompanhar nossas discussões neste blog!


As músicas nas aulas de Hidrotemáticas: Um relato de experiência nas atividades do NUPEAA[1]

  É de fundamental importância em qualquer que seja a aula, a escolha certa da música. Na hidroginástica não pode ser diferente, assim, pensando nisso, neste ano o NUPEAA[2] desenvolveu um estilo de aula que trouxesse aos participantes a possibilidade de explorar juntamente com os extensionistas voluntários os mais variáveis temas de aulas, como os ritmos nacionais, internacionais, populares. Assim iniciamos esta novidade: a Hidrotemática!                Esta nova forma de aula vem dando certo pelas mais variáveis formas de criar,  e consiste em realizar várias dinâmicas corporais com ou sem auxilio de materiais tendo como um dos seus objetivos a interação entre os alunos. Corroborando com Galdi (et al. 2004), logo após a iniciativa deste modelo de aula, o prazer passou a ser contínuo nas aulas, pois na elaboração da hidrotemática, houve a preocupação em propiciar prazer aos participantes do projeto.
  Para a criação de uma Hidrotemática deve haver um cuidado do professor: a escolha ideal da música, pois esta influencia diretamente o rendimento dos participantes (MARTINS, 1996). Como a maioria dos participantes das aulas são Idosos, umas de nossas ideias foi levar uma temática que trouxesse uma espécie de “nostalgia” musical nos participantes. Criamos então a “Hidro Anos 80 Remix” e o resultado foi um sucesso! Os participantes cantavam a cada canção que relembrava o seu passado, não só eles, mas também os jovens, já que foram canções que até hoje são bem conhecidas de cantores e grupos musicais como: Perigosas, As Frenéticas – Erva Venenosa, Rita Lee – Gostava tanto de você, Tim Maia, entre outros. A identificação pessoal com determinado cantor e ritmo cria um ambiente especial e agradável. (GALDI et.al 2004).                                                                                                                                                Todo esse resultado comprova que a musica é marcante, mostrando-se como fator influente no rendimento da aula, pois a torna mais fascinante e extremamente funcional, dando um estímulo adicional aos alunos. Martins (1996) afirma que a música serve para estimular o aluno a “deixar a preguiça de lado”, a ter mais prazer no exercício tendo também como consequência uma melhora gradativa durante as aulas. Santos (2006) relata que a música usada durante a aula deve ser excitante e motivar os alunos para o exercício.                                             Durante uma aula de hidroginástica é  comum perceber que a música faz parte da aula apenas como um  meio para não deixar a aula monótona, porém quando se relaciona as canções da aula com alguma temática específica, os sentimentos e percepções dos alunos e professores passam a ser valorizados com a utilização de sons adequados, uma vez que a consequência disso tudo é a descontração, alegria, divertimento etc.
  É claro que em uma aula temática a música não é o único elemento responsável pela descontração e prazer, pois a adequação de exercícios ao perfil do público atendido e a instrução do professor de forma motivadora também são fundamentais para uma aula mais dinâmica e eficaz. No entanto, vale destacar que a música colabora para a efetivação de uma aula harmônica e estimulante, favorável à socialização do grupo.

REFERENCIAS

GALDI, E. H. G; GONÇALVES, A; VILARTA, R.; CLEMENTE, J.F.; VICENTIN, A.P. M.; LEITE, J. P.; ANJOS, T.C.; JUNQUEIRA, F. S.; ANTUNES, B. Aprender a nadar com a extensão universitária. 1.ed. Campinas, SP : IPES Editorial, 2004.

MARTINS, C.O. A influência da música na atividade física. Brasil. Monografia de conclusão de curso, Florianópolis, (SC): Centro de Desportos, Universidade Federal de Santa Catarina. 1996.

SANTOS, J. F. M.  Auto percepções, auto estima, ansiedade físico social e imagem corporal. Portugal. Monografia de conclusão de curso, Coimbra: Universidade de Coimbra Faculdade de ciências do desporto e educação física. 2006.





[1] Jairo Araújo; Ranielle Silva; Carla Monteiro (Discentes do curso de Educação Física). Sérgio Eduardo Nassar e Raquel Borges (Professores Coordenadores do NUPEAA)
[2] NUPEAA – Núcleo Pedagógico de Atividades Aquáticas que atende a comunidade do Campus de Castanhal/PA

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A Prática da Natação para Crianças: relato de experiência no Programa NUPEAA


             Ao falar em natação para crianças, muitas delas, logo relacionam essa prática à diversão que tiveram em seus momentos de lazer em igarapés, rios, lagos e até mesmo em piscinas. Na nossa região Amazônica os três primeiros ambientes aquáticos citados, são muito abundantes e utilizados pelas crianças para a prática de natação, de maneira não sistematizada, mas simplesmente como forma de diversão no tempo livre, no qual não há uma preocupação em desenvolvimento das técnicas dos nados.
            Essa relação com lazer é perceptível, pois muitas crianças atendidas pelo programa[1], ao iniciarem as aulas, referem-se ao ambiente de ensino como um espaço de “tomar banho” que é o mesmo modo como estas se referem aos momentos de lazer em ambientes aquáticos. E geralmente, são nesses espaços que muitas crianças aprendem a nadar, afinal, segundo Junior et. al. (2002, p.8) “nadar significa a ação participativa na água”.
            Contudo, nos primeiros momentos da iniciação a natação se faz necessário explicar a diferença entre nadar e natação. O nadar está relacionado ao indivíduo que consegue deslocar-se de maneira equilibrada no meio aquático e a natação vai mais além, relacionando-se com o ensino-aprendizado de técnicas dos nados.
        Durante a iniciação da natação há algo que os professores tem que ter muita cautela, sendo a preocupação exacerbada em ensinar técnicas (JUNIOR, 2002). Pois, dependendo da prática pedagógica que for utilizada, a natação pode tornar-se algo maçante e gerar uma rotina não muito prazerosa, principalmente para as crianças e isso faz com que elas percam o foco da aula e o interesse pela atividade.
            Para tal é necessário a inserção da recreação aquática para as turmas de iniciação, principalmente nos momentos de adaptação, pois essa prática recreativa tem como função promover por meio de brincadeiras e jogos a confiança no ambiente aquático para aquelas crianças que estão tendo os primeiros contatos com a prática da natação, além de promover a integração da turma e trazer a sensação de prazer àquelas que já sabem nadar.
            Sobre recreação Corrêa e Massaud (2007, p.155) enfatizam que:
Fator fundamental no desenvolvimento das aptidões físicas e mentais da criança, os jogos infantis também contribuem para apurar o mundo exterior. Nas brincadeiras, ao estabelecer vínculos sociais com seus semelhantes, a criança descobre sua personalidade, aprende a viver em sociedade e se prepara para as funções que assumirá na idade adulta.

             Quanto aos benefícios da natação para crianças destacamos que esta prática possibilita um melhor desenvolvimento motor através dos movimentos propostos; colabora na formação da personalidade devido à aula ser um espaço social. Nessa perspectiva, no NUPEAA sempre buscamos desenvolver atividades que possam proporcionar esses benefícios, através de brincadeiras e jogos que geram um processo pedagógico lúdico e espontâneo durante a natação.
            Das brincadeiras já desenvolvidas, foram adotadas algumas que eles já conheciam e adaptamos para o meio aquático como o “pega-pega”, no qual podemos incluir algumas variações de tempo, personagens (o pegador e aqueles que devem escapar dele), o mergulho. Outra brincadeira é a “caça ao tesouro”, na qual dividimos a turma em grupos e esses teriam de pegar os materiais –tesouros- espalhados pela piscina, também podendo existir variações de tempo e quantidade de objeto pego por vez, por cada pessoa. Além dessas, há outras brincadeiras que foram utilizadas para tornar a aprendizagem mais alegre e satisfatória, motivando as crianças a sempre pedirem uma próxima vez da brincadeira.
            Dentre tantas outras características das aulas de natação, enquanto vivência como extensionistas do programa na atuação com a prática pedagógica, percebemos o quanto uma criança pode evoluir na sua relação com o meio aquático quando é propiciada uma oportunidade para que ela possa experimentar e vivenciar seu corpo na relação com este meio. E perceber essa evolução da criança em curto período de tempo, como ocorre muitas vezes na natação, é muito gratificante e prazeroso tanto para o professor quanto para o aluno.
            Assim, compreendemos que os jogos e brincadeiras são facilitadores no processo ensino-aprendizagem da natação, principalmente pelo fato das crianças se identificarem com esse processo, que por vezes, pode ser comparado às vivências de lazer dos rios e igarapés da região, mas que nesse momento tem sua intencionalidade pedagógica.

Referências
JUNIOR, O. A; PEREIRA, D. M; WASSAL, R. C. Natação Animal: aprendendo a nadar com os animais. Barueri: Manole, 2002.
CORRÊA, C. R. F; MASSAUD, M. G. Natação: da iniciação ao treinamento. Rio de Janeiro: Sprint, 2007.


[1] NUPEAA – Núcleo Pedagógico de Atividades Aquáticas que atende a comunidade do Campus de Castanhal/PA

terça-feira, 27 de março de 2012

EXPERIÊNCIAS E ESTUDOS EM HIDROGINÁSTICA E NATAÇÃO

A equipe do Núcleo Pedagógico de Atividades Aquáticas estará quinzenalmente socializando suas experiências e estudos neste blog, através de textos produzidos por discentes da Faculdade de Educação Física do Campus Universitário de Castanhal/UFPA, que atuam como extensionistas neste programa e supervisionados pelos professores envolvidos no Programa.
Atualmente estamos oferecendo aulas de Natação e Hidroginástica à comunidade do entorno do campus, e atendemos 190 pessoas, entre crianças (a partir de 8 anos), adolescentes, adultos e idosos.
As aulas ocorrem no Parque Aquático do Complexo Esportivo do campus, numa piscina semi-olímpica com 2,80 metros de profundidade.
Os alunos da Natação compõem turmas conforme seu nível de desenvolvimento e faixa etária. No caso dos adultos, temos as turmas de Iniciação, Intermediário e Avançado. No caso das crianças temos as turmas: Foquinha (iniciação) e Peixinho (intermediário).
Iniciaremos esta atividade de produção de textos com a temática “Flutuação em piscinas profundas”. Convidamos os interessados no assunto para acompanhar nossas discussões neste blog!

FLUTUAÇÃO EM PISCINAS PROFUNDAS[1]

Até mesmo os estilos de nados mais complexos exigem apenas duas habilidades básicas: primeiro você flutua e, segundo, você adiciona movimento de propulsão para se movimentar de um lugar para o outro. A boa flutuação proporciona o domínio na água e contribui de maneira notável para o bom estilo do nadador. Quando se trabalha na iniciação com a flutuação (Ventral, dorsal) o aluno tem mais facilidade em desenvolver os 4 estilos da natação.
            Segundo Bonachela (1992, p.5), “flutuação é a capacidade de manter o corpo, parcialmente, na superfície da água. Está intimamente ligada ao relaxamento muscular que, por sua vez, é associado ao bom estado mental, ausente, portanto, em situações de medo e ansiedade”. Trabalhar esse componente básico do ensino/aprendizagem da natação tem se mostrado bastante desafiador ao elaborar a aula para a nossa “Turma Foquinha”[2] (iniciação ao meio líquido).
            Três importantes elementos controlam a capacidade de flutuar:
·        Controle da Respiração (quantidade), sendo que o controle da respiração influencia na flutuabilidade do sujeito, o aumento do ar inspirado tende a diminuir a densidade corporal, afetando a flutuabilidade.
·        Posição do Corpo (Equilíbrio), pois o corpo deve estar posicionado de forma que haja um equilíbrio permitindo que o corpo fique completamente na posição vertical, para tanto deve haver a ciência da existência do centro de flutuabilidade, um ponto imaginário na área do peito.
·        Relaxamento – a musculatura corporal deve estar relaxada, uma vez que com a musculatura contraída o aluno não conseguirá flutuar com facilidade.
           
A profundidade da piscina[3] mostra-se como um objetivo a ser superado pelos alunos, pois observamos a dificuldade que eles têm de relaxar a musculatura na hora dos exercícios de flutuação. Notamos uma insegurança com relação a esta profundidade que compromete a realização plena das atividades. Portanto, utilizamos como estratégias de planejamento das aulas na adaptação a piscina profunda, brincadeiras, saltos, entre outros, com o intuito de familiarizar os alunos com a profundidade para que possam sentir-se seguros e executar a flutuação.

Alguns exemplos de exercícios que vem sendo utilizados:
- Segurando na borda da piscina, inspirar o máximo e expirar dentro da água.
- Em posição de decúbito dorsal, apoiar as pernas no macarrão permitindo que o aluno flutue livremente.
- Utilizando uma bola entre as pernas, permitir que os alunos flutuem livremente.
- Desafiar quem é capaz de se deslocar até a raia e voltar, sem o uso do macarrão.
- Flutuar em decúbito dorsal sozinho.
- Flutuar em decúbito ventral fazendo um X com o corpo.
- Mudar de posição de flutuação de decúbito dorsal para decúbito ventral girando lateralmente.
- Mudar de posição de flutuação de decúbito dorsal para decúbito ventral girando para a frente (cambalhota).
            Nesta perspectiva nada melhor do que um mergulho em águas profundas e aproveitar o contato com o meio aquático.

REFERÊNCIA

BONACHELA, Vicente. “As leis que regem os corpos na água”. In: Nadar Revista Brasileira dos Esportes Aquáticos. ano II, nº 57,1992.


[1] Denison Nazareno Sousa, Djan Rodrigo Monteiro, Ester Corrêa (Discentes do curso de Educação Física) Sérgio Eduardo Nassar e Raquel Borges (Professores Coordenadores do NUPEAA)
[2]  Turma de Foquinha – significa um nível da natação adotado pelo NUPEAA.
[3] A piscina do Parque Aquático do Campus de Castanhal/UFPA tem a profundidade de 2,80mt.