terça-feira, 27 de março de 2012

EXPERIÊNCIAS E ESTUDOS EM HIDROGINÁSTICA E NATAÇÃO

A equipe do Núcleo Pedagógico de Atividades Aquáticas estará quinzenalmente socializando suas experiências e estudos neste blog, através de textos produzidos por discentes da Faculdade de Educação Física do Campus Universitário de Castanhal/UFPA, que atuam como extensionistas neste programa e supervisionados pelos professores envolvidos no Programa.
Atualmente estamos oferecendo aulas de Natação e Hidroginástica à comunidade do entorno do campus, e atendemos 190 pessoas, entre crianças (a partir de 8 anos), adolescentes, adultos e idosos.
As aulas ocorrem no Parque Aquático do Complexo Esportivo do campus, numa piscina semi-olímpica com 2,80 metros de profundidade.
Os alunos da Natação compõem turmas conforme seu nível de desenvolvimento e faixa etária. No caso dos adultos, temos as turmas de Iniciação, Intermediário e Avançado. No caso das crianças temos as turmas: Foquinha (iniciação) e Peixinho (intermediário).
Iniciaremos esta atividade de produção de textos com a temática “Flutuação em piscinas profundas”. Convidamos os interessados no assunto para acompanhar nossas discussões neste blog!

FLUTUAÇÃO EM PISCINAS PROFUNDAS[1]

Até mesmo os estilos de nados mais complexos exigem apenas duas habilidades básicas: primeiro você flutua e, segundo, você adiciona movimento de propulsão para se movimentar de um lugar para o outro. A boa flutuação proporciona o domínio na água e contribui de maneira notável para o bom estilo do nadador. Quando se trabalha na iniciação com a flutuação (Ventral, dorsal) o aluno tem mais facilidade em desenvolver os 4 estilos da natação.
            Segundo Bonachela (1992, p.5), “flutuação é a capacidade de manter o corpo, parcialmente, na superfície da água. Está intimamente ligada ao relaxamento muscular que, por sua vez, é associado ao bom estado mental, ausente, portanto, em situações de medo e ansiedade”. Trabalhar esse componente básico do ensino/aprendizagem da natação tem se mostrado bastante desafiador ao elaborar a aula para a nossa “Turma Foquinha”[2] (iniciação ao meio líquido).
            Três importantes elementos controlam a capacidade de flutuar:
·        Controle da Respiração (quantidade), sendo que o controle da respiração influencia na flutuabilidade do sujeito, o aumento do ar inspirado tende a diminuir a densidade corporal, afetando a flutuabilidade.
·        Posição do Corpo (Equilíbrio), pois o corpo deve estar posicionado de forma que haja um equilíbrio permitindo que o corpo fique completamente na posição vertical, para tanto deve haver a ciência da existência do centro de flutuabilidade, um ponto imaginário na área do peito.
·        Relaxamento – a musculatura corporal deve estar relaxada, uma vez que com a musculatura contraída o aluno não conseguirá flutuar com facilidade.
           
A profundidade da piscina[3] mostra-se como um objetivo a ser superado pelos alunos, pois observamos a dificuldade que eles têm de relaxar a musculatura na hora dos exercícios de flutuação. Notamos uma insegurança com relação a esta profundidade que compromete a realização plena das atividades. Portanto, utilizamos como estratégias de planejamento das aulas na adaptação a piscina profunda, brincadeiras, saltos, entre outros, com o intuito de familiarizar os alunos com a profundidade para que possam sentir-se seguros e executar a flutuação.

Alguns exemplos de exercícios que vem sendo utilizados:
- Segurando na borda da piscina, inspirar o máximo e expirar dentro da água.
- Em posição de decúbito dorsal, apoiar as pernas no macarrão permitindo que o aluno flutue livremente.
- Utilizando uma bola entre as pernas, permitir que os alunos flutuem livremente.
- Desafiar quem é capaz de se deslocar até a raia e voltar, sem o uso do macarrão.
- Flutuar em decúbito dorsal sozinho.
- Flutuar em decúbito ventral fazendo um X com o corpo.
- Mudar de posição de flutuação de decúbito dorsal para decúbito ventral girando lateralmente.
- Mudar de posição de flutuação de decúbito dorsal para decúbito ventral girando para a frente (cambalhota).
            Nesta perspectiva nada melhor do que um mergulho em águas profundas e aproveitar o contato com o meio aquático.

REFERÊNCIA

BONACHELA, Vicente. “As leis que regem os corpos na água”. In: Nadar Revista Brasileira dos Esportes Aquáticos. ano II, nº 57,1992.


[1] Denison Nazareno Sousa, Djan Rodrigo Monteiro, Ester Corrêa (Discentes do curso de Educação Física) Sérgio Eduardo Nassar e Raquel Borges (Professores Coordenadores do NUPEAA)
[2]  Turma de Foquinha – significa um nível da natação adotado pelo NUPEAA.
[3] A piscina do Parque Aquático do Campus de Castanhal/UFPA tem a profundidade de 2,80mt.